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Opinião: O Deus das Moscas de William Golding

sábado, 2 de outubro de 2021

"Maybe there is a beast... maybe it's only us."

Hoje trago-vos mais um Nobel da Literatura. Apesar de ter sido escrito na década de 1950 trás uma verdade intemporal.

Aqui estamos perante um grupo de crianças presos numa ilha paradisíaca e desabitada. No início tentaram ser civilizados, escolheram um líder entre eles para criar as regras, organizar, fazer a divisão das tarefas e tudo estava a correr bem, dentro das circunstâncias em que se encontravam, até se divertiam enquanto esperavam serem salvos. No entanto, começa uma luta pela liderança. O medo e o desejo de poder corroem o ser humano e é aqui que as coisas começam a descambar. Conforme a história se desenrola não existe mais nada de bonito nesta ilha, começa a ficar tudo carbonizado e deprimente.

William Golding fez um excelente trabalho na caracterização dos personagens e em retratar de forma realista a natureza humana. Faz nos refletir sobre a humanidade e sobre os nossos princípios. Mostra como crianças inocentes podem se transformar em algo perigoso e mortal.

A escrita é muito acessível. Gostei de como os diálogos e os raciocínios foram fáceis de seguir, ele escreveu muito bem na perspectiva das crianças com toda a inexperiência e inocência delas. Enquanto na narração dava mais profundidade e mostrou-nos o lado mais negro da história. Sem falar que os capítulos finais foram simplesmente brutais.

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Classificação: ★★★★
Publicado em Setembro, 1954 - 264 Página
Prémio Nobel da Literatura em 1983

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