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Opinião: O Enigma do Quarto 622 de Joël Dicker

domingo, 20 de setembro de 2020

"Mas o paraíso, a longo prazo, transforma-se num tédio mortal. Se Eva acabou por dar a dentada na maçã, foi porque procurava uma boa desculpa para sair dali."  

  

Foi a minha estreia com o autor. Temos um policial bem elaborado, cheio de mistério, construído sobre três planos narrativos - um deles é do próprio Joël Dicker como personagem da história.

Tudo começa 15 anos depois de um cadáver ter sido encontrado no chão do quarto 622 do Palace de Verbier, um hotel de luxo nos Alpes Suíços. O hotel estaria reservado para a nomeação do novo presidente de um prestigiado banco suíço. A investigação policial nada conclui e a passagem do tempo leva a que o caso seja praticamente esquecido. É aqui que entra em cena o nosso escritor, resolve tirar umas férias para fazer o luto de um grande amigo e recuperar de um desgosto amoroso, fica então hospedado nesse hotel. Curioso com o caso e decidido a ocupar a cabeça com alguma coisa, começa a investigar o que realmente aconteceu naquela fatídica noite.

O autor quis homenagear o seu editor já falecido. Mas para mim, essa parte não resultou. Ficou uma história dentro de outra história. Ou seja, os capítulos onde abordava a história principal em torno no mistério do quarto 622, a leitura era fluída, intensa, em partes até divertida, com personagens carismáticos, não conseguia parar de ler. Nos capítulos onde contava a sua história pessoal, já custava mais a ler, a leitura ficava aborrecida, tive de me obrigar a ler esses capítulos. Achei o livro demasiado longo, tem umas 100 páginas a mais. A homenagem dentro do enredo ficou forçada.

Quanto ao final, adorei. Eu já tinha quase a certeza de que sabia todas as respostas, mas ele provou que estava enganada e deu aquele plot twist alucinante. Nunca suspeitei do assassino até ser revelado!


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Classificação: ★★★★☆

Publicado em Maio, 2020 - 624 Páginas 

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