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Opinião: O Jogo de Satanás, H. D. Carlton

terça-feira, 29 de abril de 2025


 Caos, sangue e humor negro servido em formato mini (mas impactante).

Se estão à procura de um livro fofo, doce ou com lições de vida inspiradoras… bem, talvez seja a melhor opção. Agora, se gostam de personagens instáveis, caos organizado e reações tipo “o que raio estou a ler mas não consigo parar”, então “O Jogo de Satanás” (ou Satans Affair) da H. D. Carlton vai fazer as vossas delícias mais sombrias.

Este livro é um prequel da duologia Haunting Adeline, mas podem perfeitamente lê-lo em separado, embora se forem fãs da Zade, vão gostar de ver como algumas personagens cruzam caminhos aqui. Sim, Zade aparece. E o modo como ele e Sibby se conhecem é... digamos... perfeitamente demente. Mas já lá vamos.

👑 Sibby, a estrela da desgraça (e do palco)

Sibby é a protagonista mais tresloucada que já conheci. A mulher anda por feiras temáticas a colecionar almas com a sua adaga favorita. Ela decidiu transformar a Feira de Satanás numa espécie de festa privada de vingança sangrenta. E sabem que mais? Ninguém lhe tira a razão. Quem lê, percebe.

É difícil explicar o magnetismo da Sibby. Ela tem uma lógica própria, uma moral distorcida e um talento especial para nos fazer rir nos momentos em que, tecnicamente, devíamos estar horrorizados. É o tipo de personagem que diz barbaridades com tanto charme que nem conseguimos ficar chocados.

💀 Os "capangas", o verdadeiro circo de horrores

O elenco secundário é quase tão fascinante quanto Sibby. O que não é dizer pouco. Os seus ajudantes são todos uma peça que não encaixa em lado nenhum... e é por isso mesmo que funcionam juntos.

🩸 Mortis: Cara sempre pintada de vermelho, unhas afiadas, ar sinistro. É o braço direito dela… ou talvez a consciência? Quem sabe. 

🦈 Jackal: Um tipo meio tubarão, meio segurança particular. Se olhar para ti, é melhor não manter contacto visual.

💪 Cronus: Um armário de dois metros que não fala muito, mas quando age... bem, coisas partem.

💀 Baine: Parece inofensivo. Spoiler: não é.

🤡 Timothy: Um palhaço. Não do tipo “ai que engraçado”, mas do tipo “vou aparecer debaixo da tua cama às três da manhã”.

O grupo é tão disfuncional que se torna perfeito. Cada um tem um papel específico, seja para matar, distrair ou simplesmente aumentar o nível de loucura geral.

🔥 E sim o Zade aparece.

Os fãs da duologia Haunting Adeline vão reconhecer uma certa sombra musculada e obcecada: Zade Meadows. A forma como ele entra nesta história é curta, mas memorável (e absolutamente fiel ao caos que o rodeia). 

⏱️ Pequeno, mas explosivo

Este livro é curtinho. Mesmo. Dá para ler numa tarde. Mas apesar disso, consegue ser completo, intenso e tão marcante quanto muito livro de 400 páginas. 

A escrita da H. D. Carlton mantém-se afiada, provocadora e, neste caso, com ainda mais sarcasmo e energia bruta. Parece que ela se divertiu horrores a escrever este livro, e isso nota-se em cada linha.

🤯 O final?

MINHA NOSSA.
Apanhou-me completamente desprevenida. Dei por mim a voltar atrás umas páginas, feita parva, a pensar: “YAY, estava lá o tempo todo e eu nem vi!”

É daqueles finais que nos faz sentir ligeiramente enganados. Carlton joga com a atenção do leitor como quem brinca com facas: com estilo, risco e precisão.

🎡 Veredicto final

O Jogo de Satanás é um cocktail explosivo de sangue, humor negro, personagens fora da caixa e momentos absolutamente insanos. Não é para todos os leitores. Para quem gosta de explorar o lado mais distorcido da ficção e simpatiza com personagens com tendências homicidas (mas estilo impecável), este livro vai ser um favorito imediato.

Recomendo vivamente para quem:

  • Gosta de anti-heroínas completamente piradas.

  • Não se assusta com descrições violentas (e até as aprecia um bocadinho).

  • Quer uma leitura rápida, mas memorável.

  • Já leu Haunting Adeline e quer mais loucura no mesmo universo.

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O Jogo de Satanás, H. D. Carlton
07/10 ▪︎ 160 Páginas ▪︎ Horror

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